quarta-feira, 29 de julho de 2009

ANTES QUE ELE SE VÁ ... ZAL


Por uma grande coincidência com o momento em que estou passando com a Doodie, minha cadela (já falei sobre isso por aqui), recebi ontem este lindo texto da Malu, minha prima "torta", com quem convivi em muitas férias no interior de São Paulo. Me emocionei e perguntei se poderia colocar no blog. Quem convive com os animais de estimação realmente sabe do que ela está falando e como está sentindo! Por Drica.

"Quem diz que um verdadeiro amigo não se compra está enganado. Um amigo pode ser comprado por R$180,00 através de um anúncio de jornal. Em novembro de 1997, após a venda do apartamento onde morávamos, a primeira providência que meu pai tomou após a compra de uma casa foi comprar o jornal “Primeira Mão” e procurar anúncios de cães da raça boxer. Achando um anúncio meu pai telefonou e marcou para irmos até a casa onde vivia um casal de boxers com seus 10 filhotes. Chegando lá e vendo aquela ninhada, acostumada a ter uma cachorrinha (que ficou no interior quando nos mudamos para Santos) logo bati o olho em uma fêmea (feinha por sinal) e a escolhi. Meu pai não concordou e imediatamente escolheu o menor e mais bonito de todos os machos, e foi com ele que dentro de uma Elba vermelha retornamos para casa.
Faltava agora escolher o nome, e este meu pai já tinha na ponta da língua, Zal. A explicação para o nome é a seguinte: na época meu pai estava lendo “Operação Cavalo de Tróia” e em um dos volumes falava-se que Jesus Cristo tinha um cão, e que ele se chamava Zal.
Chegando ao apartamento o tal filhote passou a tarde dormindo na sala. Eu olhava e dizia, ele deve ter algum problema, só dorme. Meu pai logo defendia falando que com 9 irmãos ele não conseguia ter paz, agora ele está sossegado. Imaginem que a dona dos pais dele nos disse que dentre os 10 filhotes o Zal era o único que não mamava junto com todos os irmãos. Depois que todos estavam alimentados, ela o colocava com a mãe deitado num colchão e assim era amamentado confortavelmente. Um mimo.
Mudamos-nos para casa onde vivo, em dezembro de 97, depois de quase um mês vivendo com aquele lindo e dengoso filhote por quase um mês no apartamento. De lá para cá muita coisa aconteceu, meu pai se foi, eu me casei e ganhei a Luana. Durante todo esse tempo onde as coisas mais marcantes da minha vida me aconteceram tive a companhia, o carinho e olhar meigo do mais gentil e fiel dos amigos, um cão. Tão gentil que por vezes eu dizia: "o Zal é um gentleman!" Ele recebia carinhosamente todas as visitas como também os prestadores de serviço. Às vezes eu perguntava a ele: "Zal, se entrar um ladrão aqui você também vai fazer festa?" Essa festa nos últimos anos quando feita a alguém de quem ele queria muito bem era brindada com um xixi nos pés. Sem dúvida os mais brindados foram o meu compadre Paulo e meu irmão Marco, campeão imbatível.
Por volta de 2 meses atrás, o amor canino da minha vida adoeceu por culpa de um câncer no basso, retirado numa cirurgia. Infelizmente ele já tinha atingido outros órgãos, o que fazia com que mesmo com todo tratamento para tentar reverter o caso ele se mantivesse anêmico. A anemia impediu que pudéssemos tentar uma quimioterapia.
Foram 5 semanas de luta, em que ele resistiu bravamente, com dores e tudo mais que nem posso imaginar, para que nós aqui de casa tivéssemos tempo de assimilar e “aceitar” que ele tinha que partir. Depois de uma noite sem dormir, de 24 h sem urinar, sem andar e de se recusar a me olhar no rosto, resolvemos que era hora de ele partir, pois a dor dele em ficar já era maior que a nossa em deixá-lo partir. No dia 07 de julho ele se foi, antes de eu poder sentar e escrever esta carta, que por vezes rodeava a minha cabeça.

Eu não concordo quando dizem que um cachorro é como alguém da família, pois ele não é como, ele simplesmente É!

A dor da perda é imensa e o vazio por vezes ensurdecedor. Dias depois de ele ter partido um rapaz que uma vez ao mês passa por aqui para pegar uma doação, perguntou ao ver que eu tinha chegado ao portão sem a companhia do Zal: “Cadê o cão?” E eu contei o que tinha acontecido. Ao ver as lágrimas em seus olhos, percebi que não foi só nos corações de quem convivia com ele que Zal havia plantado o seu amor. A saudade aperta o meu peito, mas sei que agora você está correndo num lindo gramado verde, e como disse a Luana querendo me animar: “Mamãe, o Zal está muito feliz lá com o vovô Nelson, às vezes ele quer vir aqui, mas agora não dá”.
Meu amigo, meu filho, meu herói, te amarei eternamente!

Se os animais vêm e vão de nossas vidas assim como os seres humanos, espero te encontrar novamente! Escrevo esta carta como uma homenagem a um ser que durante longos 11 anos e 8 meses deu a todos aqui em casa um dos maiores presentes da vida: o amor incondicional.

Como disse a Sueli Dutra:
“ Nossos eternos baby´s Dog´s, são espíritos de luz em nossos lares, pela doação, pelo amor, por nos receberem sempre "sorrindo", pelos beijos molhados que eles nos oferecem de surpresa não importando se vc acabou de se maquiar ou não ( rs rs rs ), por nos mostrar que se comunicar e se fazer entender não é preciso muito, por simplesmente darem o verdadeiro significado da palavra "incondicional" !!!!
Por Malu

terça-feira, 28 de julho de 2009

Palavras e silêncios

(...) Mais uma vez o dia chega
Em minha vida
(Vou) deixando pela rua

Palavras e silêncios
Que jamais se encontrarão (...)

Zeca Baleiro e Fausto Nilo

domingo, 26 de julho de 2009

Porta enconstada...

Acabei de chegar da casa da Dedéa e ela me enviou este texto. Eu estava escrevendo para o blog e resolvi postar essa mensagem antes da minha.
"O amor precisa ser vivido em todas as etapas. Amores mal resolvidos não permitem uma nova chance. "Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
O seu relacionamento acabou? Por quê? Você acha que viveu ele em todas as etapas, início, meio e final? Tem certeza que não deixou nenhuma porta encostada, nenhuma etapa para trás?
Nada é mais perigoso do que sair de um relacionamento e deixar uma porta encostada. Ela não está aberta para você entrar novamente e não está fechada definitivamente para que você consiga seguir sua vida tendo força para abrir novas portas. Portas encostadas são obras de amores mal resolvidos, que por um ou outro motivo deixaram suas marcas. São como feridas em cicatrização, a dor não é insuportável, mas é constante, incomoda, perturba.
Uma porta encostada nunca se fechará sozinha, não existe tempo para isso. Para ela se fechar, ela precisa da sua ajuda. Só o seu empurrão pode fechá-la. E para se fechar a porta de um amor mal resolvido, ele tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas, atração, paixão, amor, convivência, amizade, brigas e fim. Este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muito tempo, mas é importante que o ciclo se feche. Caso isso não aconteça, ficarão as fantasias, as idealizações e a persistência, mesmo tendo plena consciência de como essa relação faz mal.
É o fechamento da porta que libera a gente para ser feliz novamente. Quando você termina um relacionamento antes do ciclo se completar, você simplesmente deixa inúmeros sentimentos e vontades de lado, como se isso nunca tivesse existido. Mas como você pode deixar tudo isso de lado? Não, você não pode. Você pode simplesmente esconder no inconsciente. Assim, na superfície você pode se tornar amoroso, mas lá no fundo o tumulto está escondido. Mais cedo ou mais tarde, em um momento de carência ou dúvida esse sentimento vai se manifestar e você irá sofrer com esses altos e baixos.
Por isso eu digo, um relacionamento não precisa ser eterno, mas ele precisa ser total. A sua totalidade, trás a liberdade de sentimento, que é o mais importante anseio do homem. Consiga tudo, mas se você não for livre, ficará sempre uma dor.
Se você "deve algo" ao seu antigo namorado, marido, caso, dedique um tempo a resolver isso. Nunca "esteja em débito" com algo que lhe faz mal. Coloque um fim, e bata essa porta definitivamente.
Não viva tentando se enganar, mentindo para você mesmo. Aquele que mente, vive em mentiras e atrai mentiras. E as pessoas só conseguem estar conectadas com a existência através da verdade. Não existe nada de errado em assumir a sua verdade, em assumir que o seu relacionamento deixou marcas que precisam ser resolvidas. Não deixe que o ego fale mais alto. Você sabe que o sentimento existe, que a porta está encostada.
Na maioria das vezes você não precisa nem estar junto da pessoa para fechar essa porta, basta assumir, encarar, falar dos seus sentimentos. Você só precisa assumir que está neste estado temporariamente, e logo ele mudará, basta você perder o medo de falar dele, de pensar nele. Não trate isso como um segredo. Trate isso como um compromisso que precisa ser resolvido, e não prorrogue nem mais um dia.
Desmistifique-o, liberte seus sentimentos, assuma os riscos e seja feliz. Fale das suas dúvidas, dos seus sentimentos com alguém que você confia, eleja um amigo, alguém que realmente goste de você, e se abra. Quanto mais tempo você guardar esse sentimento só para você, mais perdida e sem saída você ficará.
A vida é generosa, outras portas se abrirão assim que você fechar essa. E a vida enriquece quem se arrisca. Ela privilegia quem descobre seus segredos. Mas a vida também pode ser dura e cruel. Se você não ultrapassar a porta encostada, terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação, é a estagnação da vida. Entenda de uma vez que as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!"

Fernando Carrara

sábado, 25 de julho de 2009

Amiga, amigas...

Hoje vou falar de coisas boas para ver se as coisas boas fluem por aqui! E coisas boas estão quase sempre ligadas às amigas! E não é que logo agora a Dedéa vai estar mais dias na terrinha maravilhosa, bem depois da quarta-feira fatídica? Parece coisa lá de cima alguém soprando para quem organiza a escala da empresa: “olha, a amiga da comissária está precisando muito dela, dá uma mãozinha aí”! Fazia séculos que ela não tinha tantas folgas e aí, hoje, que certamente seria um dia muito difícil, ficou bem mais iluminado. Logo iremos ver A Era do gelo em 3 D, assunto para outro post.
Bom, mas sobre a Dedéa, a Dany e a Day eu já falei por aqui. E, como sempre, eu já estava para escrever há um tempo sobre outra amiga, a Paty.

Paty é amiga de faculdade. Naquela época fazíamos o super quarteto: eu, ela, Dedéa e Dany. Vivemos mil coisas juntas, e como é natural da vida, cada uma foi seguindo seu caminho. Duas casaram, moraram fora, separaram. Uma casou, teve filho. Outra namorou muitos anos, separou. Por muito tempo acabei me afastando um pouco da Paty e ela de nós. Muito raramente nos “falávamos” por e-mail. Muitas vezes que eu vim ao Rio, não a vi. Parecia que nunca mais iríamos ter aquele relacionamento de amigas. Graças a Deus, ledo engano! E como as coisas acontecem nos momentos certos não é? Cada vez acredito mais nisso. Reencontramos-nos ano passado, ela foi ao meu aniversário. E de lá para cá, não nos separamos mais. Na verdade, parecia que nunca tínhamos nos separado! Parecia que um dia antes tínhamos nos visto, tomado um chopp, e o assunto estava em dia!!!
E aí, veio um momento difícil na vida dela e meio enrolado na minha. Pronto! Estreitamos ainda mais aquela amizade antiga e que de tão verdadeira, nunca morreu e nem mudou! Sei que fui muitas vezes um porto seguro para ela, e ela foi e está sendo para mim. Nos divertimos muito juntas nesses últimos meses, rindo, chorando, dançando (olha nós no show da Blitz)! Agradeço sempre que ela tenha voltado para a minha vida. Como agradeço ter todas essas amigas maravilhosas, presentes em quaisquer circunstâncias e que fazem os meus dias ficarem muito melhores.

Por Drica

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"Surpresas"


Ando precisando de surpresas boas, mas infelizmente ainda estou aguardando por esses acontecimentos em quase todas as áreas da minha vida. Gente, eu não sou nenhuma louca pessimista, nem baixo astral, Deus me livre! Pelo contrário, amo a vida, quero ao máximo estar sempre alegre, sorrindo e feliz. E agradeço pela saúde, que até agora vai indo bem, obrigada!
Mas, sabemos que não são todos os dias, mil maravilhas. Existem os períodos difíceis e parece que nessas horas escrever fica “mais fácil” e “inspirador”. Acho que no fundo, desabafa. Dizem que chega a ser terapia!
Passei por alguns atropelos desde a semana passada, surpresas que a vida nos traz: doença da minha querida cadelinha que me acompanha há quase 11 anos. O diagnóstico não é bom. Mas não quero colocar mais detalhes aqui. Ela está ao meu lado, literalmente aos meus pés, sabendo muito bem que não estou no meu melhor momento do dia. Como ela sabe! Por hora, ela é minha jóia, que me acalma com seu sincero carinho e a carinha de “pobre coitada” de sempre (minhas amigas sabem do que estou falando...rs). Até porque será que existe algum (outro) remédio para sintomas que não sabemos bem explicar? Óbvio que não né?
Comecei a escrever, mas não sei explicar! Preferi não falar mais ao celular! No outro lado da linha, a “surpresa” que me fez mergulhar nas palavras; uma situação que nunca esperava: fiquei de novo bege, apática! É raiva, é nó no estômago, é vontade de sumir, chutar o balde, é coração que sente frio igual quando sentimos aquele na barriga (será que isso existe?), é se sentir ninguém. É...é...é...! E não é nada. Hoje tendo certeza que sem chance, o difícil é acreditar que não vai doer nem complicar!!! (Sim, é uma ligação com o texto anterior..rs..rs..).
Enfim....

“A felicidade não é eterna, mas a desistência pode ser para sempre!” - Eliane Brum

Por Drica

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dói! Complica!

Eu estava para escrever sobre o assunto desde domingo passado, impulsionada pelo texto da Martha Medeiros sobre a sinceridade, que saiu na Revista do O Globo. Mas acabei não concretizando nenhuma ideia. Não estava conseguindo colocar no papel, nem sabendo lidar com todo aquele emaranhado de sentimentos de algumas situações que passei nesses últimos tempos. Sim, minha cabeça estava a mil!
Entre o estudo de um ponto e outro da lei 8.112, resolvi ler a Época, de trás para frente, o que é minha mania! Cheguei à entrevista com o escritor português António Lobo Antunes, onde o trecho que reescrevo agora me chamou atenção: “Escrever é um ato impossível, porque tudo o que interessa vem antes das palavras, como as intenções, os desejos, a loucura”. É isso!!! Eu queria falar sobre a sinceridade e suas várias facetas, tinha mil intenções, mil ideias, mil pensamentos, mas estava difícil escrever! Opa! A reportagem me deu uma pontinha de inspiração para tentar começar...

Sinceridade...
Bem, o ideal é acreditarmos na sinceridade das pessoas tão próximas, que convivemos, que amamos, onde o amor e a amizade estão sempre em jogo. Mas e quando acreditamos, sem pestanejar, e, de repente, enxergamos que não era bem aquilo? Complica! Longe da Drica falar que não devemos ser sinceros, mas este adjetivo às vezes é perigoso. Até que ponto a sinceridade causa efeitos apenas benéficos? E quando de tão sincera, dói? Complica! Tem também quando a gente suplica por ela, porque tem a esperança de que o que se vai ouvir será diferente do que no fundo já sabemos? E aí ela vem como uma avalanche, porém sincera e é o que se espera, mas dói e...complica!! Quantas vezes acreditamos na sinceridade, no pedido de perdão, de voltar atrás? E nos sentimos felizes e amadas por esse gesto, mas depois, esperançosas por mudanças, estas não acontecem? Da sinceridade surge a frustração.Dói pacas! E aí sim, complica! Sejamos sinceros o tempo todo sim, mas com a convicção de que esta demonstração é 100% de coração, sem volta nem dúvidas futuras. Que não doa e não complique!

Por Drica

domingo, 12 de julho de 2009

Sentimentos,sentimentos...

Escrevi este texto há um tempo, mas só hoje resolvi postar.
Ontem o dia começou bem. De volta ao Rio, acordei cedo como estava fazendo em Piracicaba. Passei 10 dias por lá, matando as saudades da família, dos amigos, resolvendo pendências de quando morei na cidade e dando um tempo para mim também. Nestes dias continuei firme minha trajetória para emagrecer e me cuidar. E o bom foi que a Lu, minha prima, amiga, irmã, me deu a maior força e também estava no mesmo pique. Fomos todos os dias para a academia, não exageramos nas baladas e nem nas guloseimas!Foi ótimo e eu estava bem.
Mas, voltando ao Rio...
Pois é, o dia que começou bem, de repente foi ficando estranho, difícil explicar, do nada surgiu uma agonia, angústia, tristeza, saudade de um canto meu, da ex-casa, da mãe que viajou, da família que hoje tenho distante, seja em SP, seja em Brasília e de situações que andam sem solução imediata. Nem fui à academia, imagina que contradição! Acabei de dizer que estava firme na minha caminhada! Mas sei que são coisas normais da vida e fiquei tentando não me entregar, estava difícil. Foi quando Dedéa, a super amiga, apareceu no MSN e contei a ela o que estava sentindo. Pronto! Foi como sempre, uma luz! Resolvemos jantar fora para dar uma aliviada. Sei que para ela também seria bom. E aí nessas horas é que a gente se dá conta de que temos mesmo que arrancar a alegria lá do fundo dos piores sentimentos. Temos que agradecer pelos amigos que podemos sempre contar, pela nossa saúde, por tudo de bom que temos nessa vida. Comportadíssimas, tomamos uma sopa maravilhosa (e só!) e combinamos ver Divã no dia seguinte, o que fechou o meu processo “estranho” e foi bom demais!
Por Drica